terça-feira, 8 de novembro de 2011

Puxando a Brasa pro meu Lado #23

Se você chegou até este Street Fighter...

Longe desse papo de "Eu me acho!", mas eu tenho visto muito jogador novo sem uma certa essência... uma coisa que só buscamos nos tempos que eu chamo de Old School. Sendo mais direto: sim, estou falando de games... o que tá faltando é uns certos "anos de praia", especialmente se o jogador em questão é novo. Não que eu seja o bom dos jogos de luta... longe disso... mas eu fico pensando se os jogadores atuais conseguem valorizar as inovações colocadas no Street Fighter IV, ou no King of Fighters XIII... se eles realmente tiveram que passar pelas limitações antes da invenção de um guard break ou parry defense... ou ainda um just defense...



"Tá jogando demais, Bier!" - Não! Não é isso... é uma questão de ter a cultura do que eu batizei, puxando a brasa pro meu lado, de "Oitava arte": os videogames.
A primeira vez que um jogo de luta me impressionou foi em 1992, meses antes de eu conhecer Street Fighter. Embora fosse "monoplayer", eu me abismei com a quantidade de cores, detalhes e técnicas diferentes de "Yie-Ar Kung-Fu", da Konami... Eu soube muitos anos depois que houvea versão arcade... na época, era nos incríveis computadores MSX, que mais serviam de videogames, mesmo...

A CAPCOM estava vindo com tudo... em 1987 tinham o não-despercebido Street Fighter (1). O jogo era bem casca-grossa. Mas não era exatamente popular... tava faltando algo... um certo carisma bastante difícil de explicar. O game não ficou tão famoso quanto o seu sucessor...

Como eu disse antes, ela estava vindo com tudo... e em 1992 a bagaça foi mais ousada. Enquanto a maioria do Brasil estava se contentando com Master Systems II com quase 64 cores diferentes, a elite gamemaníaca já jogava a mais fiel versão de jogos de luta do Arcade: Street Fighter II para SuperNintendo.

Era quase impecável... pouquíssimos golpes do original não sairam nessa adaptação, um grande ponto para o SNES. Isso sem falar que eu não havia jogado um jogo de luta que permitia se defender do adversário (sim, eu demorei quase 20 anos pra jogar SF1). A inovação estava lançada... ainda me lembro do dia em que aprendi a soltar hadoukens. E mais ainda, do dia em que terminei SFII no nível máximo (7, na época), desferindo shoryukens e curtindo um final diferenciado... e merecido, devo acrescentar.

A SNK (concorrente direta da CAPCOM) veio com uma infinidade de jogos de luta, meses após a popularização de Street Fighter. É arriscado dizer que ela não conseguiu, mas é assunto pra outro post.

A era da inovação gráfica estava iniciando, Street Fighter II já tinha um número considerado de versões:
(Dee Jay e seu especial, carinhosamente apelidado
"Lula-coice-de-mula")
SF II - World Warriors (primeira versão de SFII)
SF II - Champion Edition (permitia selecionar os chefes e selecionar duas vezes o mesmo lutador)
SF II - Hyper Fighting (idem ao anterior)
SF II Turbo - (idem aos anteriores, mas com escolha da velocidade do jogo em até 10 níveis)
Super SF II - (quatro lutadores a mais e escolha de até 3 níveis de velocidade)
Super SF II Turbo - (o mesmo do anterior, mas com direito à barra de Super Power, que permitia um especial grosseiramente ladrão)

Em 1995, a Capcom colocou em prática a série Alpha, uma espécie de "re-boot" na história e em alguns dos golpes dos lutadores. Alcançou um sucesso considerável. Fãs da série Alpha até hoje discutem qual a melhor versão entre Alpha - Alpha 2 e Alpha 3. As três versões mantiveram a barra de especial, mas o último merece destaque, já que poderia ser modificado o estilo da barra de especial. Além disso, SF ALPHA3 tinha a condecorada guard bar, evitando o conforto de lutadores retranqueiros. Tá certo que guard brakers já existiam, mas não havia um medidor antes de SFA3.
Ah! As versões Alpha eram mesmo bonitas... cores, contornos... barras de Power diferenciadas. Historyline bem trabalhada, especialmente pra quem gosta de traduzir os finais. Ali, a galera viu que Street Fighter sempre será o que é... um jogo de luta muito bala!
Ainda deram um jeito de superar o sistema ataque X defesa. Se o seu oponente ataca demasiadamente bem, existe o Alpha Counter, que serve para contra-atacar (jura?) com uma porrada mais forte que o convencional, "absorvendo" o ataque adversário.
Ganhar dinheiro no mundo dos games é complicado. Daqui a pouco vem outra empresa, no mesmo ramo de jogos que você investiu tempo dinheiro e dedicação e... pimba! O jogo deles é melhor que o seu...

Fazendo uma pausa para recaptulação:
Kung-Fu - Ataque (e ataques nos projéteis que são jogados, como defesa)
SF 1 e 2 - Ataque e defesa
Super SF2 Turbo- Ataque, defesa e barra de Power
SF Alpha (1 e 2) - Ataque, defesa, Alpha Counter e barra de Power
SFAlpha 3 - Ataque, defesa, barras de power diferentes, guard bar e Alpha Counter

Continuando...
Em 1997, a Capcom tenta uma nova técnica de animação. Acirrou com animações de GAROU, da SNK... E apresentou uma técnica melhor que a Alpha Counter, a chamada Parry Defense. Como o professor Daigo nos mostrou nesse vídeo épico, na semifinal de um campeonato...


(Repare na gritaria da japaiada!)

O Street Fighter III foi polêmico. Muita gente criticou o game por questões de limitação. Particularmente, é um dos que mais gosto. Tá certo que investiu em personagens inusitados e inumanos... mas deixe estar e Shoryuken neles!


Após duas versões de Street Fighter III, foi lançada a versão definitiva: Third Strike, com mais personagens que as versões anteriores e uma historyline... média... Nesse jogo, foi apresentada a barra de resistência, mas não vingou muito, nem chegou a ser uma preocupação para muitos jogadores.

E... se você chegou a jogar Street Fighter IV, seria bom você ter parte do currículo acima, pra entender o que levou a Capcom a chegar a esse ponto... Além do Especial, o Ultra Move. Se você não jogou, dá uma espiadinha:


Além de inovações gráficas e técnicas, os personagens Old School voltaram, o que me leva a crer que o game foi feito para alegria das gerações que têm currículo em SF... e para introduzir os novos jogadores ao universo Street Fighter.

"Todo mundo deveria jogar isso?"
- Não é bem assim, mas convenhamos que seria bem mais divertido se você conhecer melhor o lutador que vai levar você à vitória.

Vou sair daqui e treinar uns hadoukens...
E nós vamos ao encontro do mais forte!

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